O PROJETO
O Observatório de Turismo, Hospitalidade e Negócios da FATEC São Roque (OBSTUHN) tem por finalidade o desenvolvimento de estudos e pesquisas aplicadas, bem como a coleta, sistematização e análise de dados e informações em escala municipal e regional. Seu foco principal é a produção de diagnósticos que subsidiem o planejamento e o desenvolvimento dos setores de turismo, hospitalidade e comércio, contribuindo para a formulação de políticas públicas e para a definição de estratégias locais de desenvolvimento territorial.
OBJETIVO GERAL
O Observatório de Turismo, Hospitalidade e Negócios (OBSTUHN) tem como objetivo geral desenvolver estudos e pesquisas aplicadas, bem como realizar a coleta, sistematização e análise de dados e informações em escala municipal e regional, com vistas ao diagnóstico dos setores de turismo e hospitalidade. Busca-se, assim, subsidiar o planejamento e o desenvolvimento turístico da região, promover o monitoramento contínuo da atividade e fomentar a articulação entre a comunidade acadêmica, o poder público e a iniciativa privada.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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Criar, coletar, analisar e gerenciar indicadores relacionados aos setores de turismo, hospitalidade, eventos, entretenimento, gastronomia, comércio e áreas correlatas na Estância Turística de São Roque, com possibilidade de extensão à região turística em que o município se insere;
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Realizar o acompanhamento sistemático do desempenho de indicadores municipais e regionais, visando ao fortalecimento das atividades turísticas e de hospitalidade;
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Coordenar a implantação e a atualização de um banco de dados abrangente, contemplando os setores turístico, gastronômico, comercial e de hospitalidade;
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Criar e manter atualizado um banco de dados de profissionais atuantes nas áreas de turismo, hospitalidade, comércio e tecnologia;
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Contribuir para a comunicação integrada entre os diferentes setores vinculados ao turismo, promovendo a articulação com outras áreas estratégicas;
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Colaborar para o fortalecimento da imagem institucional da FATEC São Roque, contribuindo para sua inserção e reconhecimento regional;
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Organizar e divulgar boletins, periódicos e publicações técnicas que sistematizem os principais resultados das pesquisas e diagnósticos produzidos pelo Observatório;
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Manter atualizados os dados estratégicos e os relatórios setoriais, subsidiando ações de planejamento, promoção turística e gestão pública territorial;
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Estabelecer parcerias, convênios e cooperação técnica com entidades públicas, privadas, acadêmicas e comunitárias, conforme a especificidade, o escopo e a abrangência das pesquisas desenvolvidas;
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Exercer outras atividades correlatas ao escopo de atuação do Observatório, conforme demandas institucionais e territoriais.
OS OBSERVATÓRIOS DE TURISMO NO BRASIL
A consolidação de políticas públicas e estratégias sustentáveis de desenvolvimento turístico exige que os destinos conheçam em profundidade suas dinâmicas territoriais, suas ofertas e demandas, bem como as relações estabelecidas entre os diversos agentes econômicos, sociais e institucionais. A crescente profissionalização do turismo no Brasil tem reforçado essa necessidade, estimulando municípios e regiões a buscarem dados confiáveis, diagnósticos sistematizados e análises qualificadas que subsidiem a tomada de decisões. Nesse contexto, os observatórios de turismo emergem como instrumentos fundamentais para a produção de inteligência territorial voltada à gestão democrática, ao planejamento estratégico e ao fortalecimento da governança turística.
Como afirma Bregolin (2018), os observatórios cumprem múltiplas funções: além de apoiar o planejamento e o monitoramento da atividade turística, constituem espaços de articulação entre academia, setor público e iniciativa privada, promovendo a circulação de informações, a produção de indicadores e a geração de conhecimento aplicado ao território. Atuam também como instrumentos que fomentam a competitividade e a sustentabilidade dos destinos, ao possibilitar o acompanhamento de tendências, impactos e transformações nos setores vinculados ao turismo, à hospitalidade e ao comércio (Valero et al., 2013).
Sua relevância estende-se ainda à função de mediação. Segundo Tomazzoni (2020), ao atuarem como instâncias responsáveis por organizar, interpretar e difundir informações, os observatórios possibilitam uma leitura coletiva e crítica do território, reunindo diferentes perspectivas e interesses em torno de um projeto comum. Essa concepção é reforçada por Despontin (1989, p. 10), que os define como “ferramentas de animação, de aconselhamento, de informação”, capazes de fortalecer a imagem e a identidade dos destinos junto a seus parceiros e públicos.
Apesar de sua importância, o número de observatórios de turismo em operação no Brasil ainda é reduzido, especialmente no âmbito das instituições públicas de ensino superior. No estado de São Paulo, apenas cinco municípios contam com núcleos dessa natureza: São Paulo (SPTuris e Prefeitura), Mogi das Cruzes, Ubatuba, Sorocaba (UFSCar) e São Roque (Fatec São Roque). O Observatório de Turismo, Hospitalidade e Negócios da Fatec São Roque (OBSTUHN) é o segundo vinculado diretamente a uma instituição pública de ensino superior no estado, ao lado do núcleo da Universidade Federal de São Carlos.
A criação e consolidação do OBSTUHN constitui, portanto, um diferencial institucional e territorial. Além de responder a uma lacuna regional na produção e sistematização de dados turísticos, o observatório contribui diretamente para o fortalecimento da função social da Fatec São Roque, ampliando sua inserção na comunidade e sua relevância como agente ativo no desenvolvimento local.
Do ponto de vista pedagógico, o projeto configura-se como uma ação estratégica de extensão universitária. Ao envolver estudantes em atividades de coleta, análise e divulgação de dados, promove o desenvolvimento de competências técnicas, metodológicas e críticas, possibilitando a aplicação prática dos conteúdos apreendidos ao longo da formação. Essa atuação junto ao território aproxima o ensino das realidades locais, conectando a formação acadêmica às demandas concretas dos setores de turismo, gastronomia, hospitalidade e comércio.
Simultaneamente, o trade turístico, os gestores públicos e a sociedade local se beneficiam da produção de diagnósticos, indicadores e análises sistematizadas, capazes de subsidiar decisões estratégicas, orientar políticas públicas baseadas em evidências e fomentar a organização de redes de cooperação.
Por fim, como apontam os estudos de Bregolin (2018), Machado e Teixeira (2020) e Tomazzoni (2020), as instituições de ensino e pesquisa ocupam posição privilegiada para a criação e coordenação de observatórios. Isso se deve à sua capacidade técnica, autonomia acadêmica e inserção nos territórios, elementos que fortalecem a mediação entre diferentes setores, promovem a integração de saberes e ampliam a circulação pública de informações — aspectos essenciais para a construção de políticas de turismo mais inclusivas, democráticas e sustentáveis.